O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou na segunda-feira (17/02) que não teve culpa do suposto golpe relacionado à criptomoeda promovida por ele.
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Javier Milei afirma não ter culpa de suposto golpe à criptomoeda |
Com o próprio presidente divulgando a criptomoeda, várias pessoas investiram dinheiro, fazendo o valor da moeda disparar.
No entanto, horas depois, investidores que detinham a maior parte dessa moeda embolsaram aproximadamente US$ 90 milhões, o que fez seu valor despencar.
Logo depois, Milei apagou o tuíte inicial e publicou um novo, no qual afirmou não “estar ciente dos detalhes do projeto”.
“Se você vai ao cassino e perde dinheiro, qual é a reclamação se você sabe que o cassino tem essas características?”, disse o presidente em entrevista ao canal local TN.
O presidente afirmou ainda que quem investiu o fez voluntariamente e que o Estado não tem nenhum papel nesse investimento. Ele se distanciou da situação ao declarar: “Eu não promovi, eu espalhei. Não é a mesma coisa.”
Milei também afirmou que apenas cinco argentinos investiram na moeda e que não houve qualquer prejuízo ao país ou à população.
Impacto político
Nesta segunda-feira (17/02), uma denúncia criminal foi encaminhada à juíza federal María Romilda Servini. A acusação alega que o presidente teria formado uma “associação ilícita”, que pode ter prejudicado mais de 40 mil pessoas, causando um prejuízo superior a 4 bilhões de dólares.
A oposição entrou com ações judiciais contra Milei, além de apresentar pedidos de impeachment alegando sua participação na “mega fraude”.
Já a coalizão peronista-kirchnerista União pela Pátria e pelo Socialismo anunciou que avançará com um pedido de impeachment no Congresso. Para que o processo avance, é necessária uma análise em comissão, seguida da aprovação de dois terços dos votos da Câmara dos Deputados.
A oposição também afirmou que solicitará a criação de uma comissão especial de investigação, a qual exige apenas maioria simples.